quinta-feira, março 20, 2014

As crises mundiais do século XX e XXI e o Brasil



A maior crise mundial até hoje foi a de 1929. Ele foi precedida do governo "socialista" de Woodrow Wilson, talvez o pior presidente que os EUA já teve. Democrata governou duas vezes os EUA, e aproveitou a primeira guerra para implantar medidas centralizadoras., Muitos atribuem a crise de 1929, dentre outras razões, ao legado "socialista' de Wilson.

Sou fã de Alan Greenspan, poderoso ex-chefe do FED, o Banco Central americano, conhece tudo de economia. Quem quiser ver mais sobre Greenspan clique e leia.

Seu primeiro livro A era da Turbulência é ótimo e mostra os períodos críticos que enfrentou no FED, sua história e sua experiência, muito bacana. Devorei o livro.
Agora dei uma pausa na minha pesquisa (na verdade vou no paralelo) sobre 1964 e leio o Mapa e o Território do mesmo Alan Greenspan.
O livro é muito técnico, cheio de gráficos e estatística, mas quem gosta de economia vai devorar.
Ele decifra a crise mundial de 2008 e diz com todas as letras que poderia ter sido pior do que a 1929. Para mim a experiência de Ben Bernanke (presidente do FED na época) foi decisiva para arrefecer os impactos desta crise. Ben Bernanke é um profundo estudioso da crise de 1929 e muitos acham que ela poderia ter sido evitada. A intervenção e ação coordenada dos governos da UE e dos EUA mais Reino Unido foram determinantes.  A intervenção e o dinheiro público envolvido foram criticados, mas não teríamos outra opção. Na era do conhecimento e na sociedade da informação os efeitos mais graves desta crise seriam nefastos ao mundo. Não custa lembrar que Hitler, Mussolini e o outras ditaduras vieram pós crise de 1929.
Na crise de 2008, foram trilhões de dólares que viraram pó. Depois do histórico 09/10/2013 quando as ações atingiram o maior pico da história o mundo veio abaixo. 
Tudo começa, segundo Greenspan, pelo aumento da poupança entre 2004 e a consequente queda dos juros. Muita oferta de dinheiro, liquidez extrema somada a prosperidade mundial dos anos 2000, pós estouro das empresas ponto com. O mundo  se recuperou rapidamente deste estouro de bolha, assim como na crise da bolsa de 1987. Ninguém poderia imaginar a dimensão do estouro desta bolha de 2008 que começou com a Lehman Brothers (empresa ajudada pelo governo para atingir metas de moradia) , olha o perigo, a Lehman Brothers ficou insolvente e denotou a bomba.
Claro que a crise teve a reverberação pelos tal subprimes hipotecários. Papeis que foram passando de mão em mão, inclusive infectando o mercado europeu, numa espiral  que acabou e gerou bilhões de prejuízos em balanços de empresas acendendo o sinal amarelo e depois o vermelho da crise;
Para se ter uma idéia das perdas: em 15/09/2008 as ações perderam 16 trilhões de US$. depois foram a 35 bilhões, mais 7 trilhões da perda imobiliária (queda do valor de ativos) só nos EUA, estima-se que foram perdidos 50 trilhões de dólares quando considerados os efeitos na economia real também, ou seja o PIB mundial de 2008 perdeu impressionantes 4/5 do seu valor. É mole?
Explicando a crise (que ele e mais alguns previram) Greenspan lança uma tese interessante neste livro. O que ele chama de "espírito animal". O Efeito Manada , como é conhecido o movimento, reforça sua tese e explica em parte a rapidez e o volume das perdas em 2008.
Ele acha que a teoria econômica e todas as ferramentas de projeção e previsão, gráficos e modelos econométricos que mostra correlação e casualidade de variáveis não inclui o tal "espirito animal" presente no ser humano e nas suas ações no mercado. Faz todo sentido e a repercussão disto na ambiente globalizado e na sociedade da informação tem seus efeitos potencializados.
Estou ainda lendo o livro, mas já que falamos de crises, seria bom um sumário de algumas crises mundiais pós 1990.

Um resumo encontrado aqui ilustra bem, clique e leia. Crises financeiras de 1991  2011.

período de 1991-2011 presenciou as seguintes crises financeiras:

1992-1993: Black Wednesday

Ataques especulativos às moedas do Mecanismo de taxas de câmbio europeu. Esta crise iniciou-se a 16 de setembro de 1992 com a decisão do governo conservador britânico de retirar a libra esterlina do sistema anteriormente mencionado, por não conseguir manter a moeda britânica nos limites exigidos. Isto causou um ataque de especulação quanto ao real valor das moedas do continente (naquela época, o Euro ainda não existia, e os países europeus todos possuíam ainda suas moedas nacionais), totalizando perdas de cerca de 3.4 bilhões de libras.

1994-1995: Crise econômica do México de 1994

Também conhecida em espanhol como "el horror de diciembre", foi ataque especulativo agravado pela inadimplência do México - esta crise se inicia com a inesperada desvalorização do peso mexicano, em dezembro de 1994. Seu efeito reverberou por toda a economia do cone-sul atingindo o Brasil especialmente, naquilo que ficou conhecido pela imprensa mundial como o "Efeito tequila". Teve que ser contornada a partir de um pacote de assistência ao México, que também acalmaria os investidores internacionais, restaurando a confiança no potencial de investimentos no país.

1997-1998: Crise financeira asiática

Desvalorizações e crise bancária em vários países da Ásia. Com esta crise financeira, muito da fama dos "Tigres Asiáticos", de possuírem economias progressistas e sólidas desmoronou. Iniciada na Tailândia, com o colapso da moeda local, o baht, ela se alastrou para mais cinco países, praticamente todos os denominados tigres. Na Indonésia, a crise soou mais forte, chegando a causar distúrbios de rua, a queda do ditador Suharto, e em última análise contribuiu até para a independência de Timor, então ocupada militarmente por aquele país.

1998: Crise financeira russa

desvalorização do rublo e inadimplência da Rússia - Cenário bastante parecido com o do México, onde, uma vez demonstrada a fraqueza da economia de um país, logo se inicia a especulação generalizada. O Brasil em especial sofreu com a crise russa, sendo o episódio onde reconhecidamente as conquistas obtidas com o Plano Real de 1994 quase foram destruídas pela especulação em massa que varreu as economias mundiais naquele momento.

2000: Bolha "ponto com"

A bolha da internet, que alcançou seu auge em março de 2000, foi causada pela rápida valorização das ações de empresas ligadas à internet. Com o tempo, muitos investidores perceberam que o retorno não viria e começaram a vender suas ações, em um efeito manada que derrubou a bolsa de valores Nasdaq.

2000-2001: Crise turca

A Turquia sofre com a rápida corrosão de sua moeda, levando a forte especulação e aumento de preços.

2001-2002: Crise econômica da Argentina

Quebra do sistema bancário, dando origem a uma carestia de proporções imensas, que evolui para o caos nas ruas das principais cidades. O presidente na época, Fernando De La Rua, é forçado a renunciar, e o país entra em virtual falência, da qual só recentemente se recupera, após abandonar tardiamente o receituário de economia neo-liberal.

2008: Crise financeira de 2008-2009

Agora, o alvo de quebras e especulações é a economia mais forte do mundo, a norte-americana. Iniciada no setor imobiliário, ela acaba por se estender a todos os setores da economia. Obviamente, como o país mais importante dentro do atual sistema capitalista, não demora a estender seus problemas a todos os outros países, desenvolvidos ou não. É desse modo que vamos encontrar, atualmente, um certo desdobramento desta crise nas economias consideradas mais fracas da Europa, como Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda, Itália. Nestes países, há grandes dívidas externas, extrema desvalorização da moeda, desemprego em níveis bastante altos e descompasso dos parceiros europeus sobre como resolver os problemas dos mais fracos.
Bibliografia:
Financial crisis (em inglês) . Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Financial_crisis . Acesso em: 25 ago. 2011

COMENTO:
  1. O Brasil vivia sua tentativa de estabilização da moeda o Real em 1994. 
  2. Fomos atingidos por duas destas de forma muito intensa, a de 1994 e a de 1998. As outras tiveram pouco efeito aqui, mas não no mundo e na economia global.
  3. Dá para imaginar que estas turbulências comprometeram a prosperidade mundial.
  4. Vamos fazer um paralelo entre os anos 90 e os anos 2000. Nos anos 90 tivemos tivemos pelo menos 7 em 10 anos de problemas globais. Nos anos 2000 só 2 anos e uma grande prosperidade mundial com toda a liquidez que desaguou na crise de 2008.
  5. Não gosto de comparar épocas diferentes e governos, é desonestidade intelectual e precisamos no mínimo traçar referências. Mas vamos falar sério. Por mais que Lula se ache o salvador da patria, ele pegou o país arrumado e céu de brigadeiro na economia global. Fez pouco e deixou de fazer quando nos comparamos com nossos pares dos Brics ou mesmo países como México, Chile, Colômbia e Peru.
  6. Este gráfico da Rússia ilustra o que quero dizer acima:


Esta aqui a real da prosperidade.

Evidente que tomamos caminhos errados no governo do PT que começou bem e até recebeu diversos elogios da minha parte. O caminho populista, intervencionismos, erros na politica externa, aumento de salário sem produtividade correspondente, gastos públicos em excesso, maquiagem de contas e vários outros erros nos levam a uma situação problemática agora. Não sou eu quem digo, nosso benchmarking com nossos pares mostram isso.

Em economia, quando se toma um caminho é em detrimento de outro. A conta chegou.

Faltou planejamento de longo prazo e onde tentaram fazer, houve erro e falhou. Vide setor elétrico e energético em geral. Metas de investimento não foram cumpridas, promessas de campanha não foram realizadas, enfim, se preocuparam demais em fazer política e esqueceram o Brasil.

Colocaram agora o Paul Krugman para falar que estamos bem, mas ele é conhecido esquerdista americano e errou feio nas projeções e comentários relacionados a Argentina, Quem quiser ver mais leia aqui a crítica aos seus prognósticos sobre a economia argentina.

Clique e leia na Forbes:  Paul Krugman's Very Strange Ideas About Argentina's Economy - Autor: Tim Worstall

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